VERSOS AOS VENTOS
Os ventos rumorosos vêm e vão,
na tarde de translúcida aquarela;
agitam vagamente as cores dela,
agitam o caminho em solidão.
E espalham, no declínio da estação,
as pétalas de alguma flor singela;
e sopram a folhagem amarela
e sopram a poeira sobre o chão.
Às vezes, numa noite mal dormida,
acendem velhas cinzas desta vida,
elevam pensamentos para Deus.
E elevam, na paisagem desolada,
a página da vida, espedaçada…
Dão asas a estes pobres versos meus!