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O BILHETE
Deixa aberta a cortina na janela
à visão branquejante do luar,
sobre a cômoda, a nossa foto, aquela
de mãos dadas os dois, diante ao mar;
deixa acesa do lado, acesa a vela,
reluzindo agitada, em teu olhar;
leva aos lábios, então, a flor singela,
quase como se fosse me beijar.
Quando a música, enfim, tiver parado,
teu cabelo, num ápice dourado,
sobre a pele sedosa reluzir,
ao findar esse rito encantador,
despetala por todo o leito a flor.
E te aquieta, esperando-me a sorrir.
Paulo Maurício G Silva
Enviado por Paulo Maurício G Silva em 30/05/2024
Alterado em 02/11/2024
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