|
A ESPERA INÚTIL
Abro a janela, num matiz de luz,
aspiro a noite calma e perfumada.
Afaga-me, inebria, me seduz,
a brisa murmurante e delicada.
Olho a cidade. Prisma que reluz
ao místico glamour da madrugada.
Visão emoldurada em ramos nus,
rolando folhas mortas na calçada.
Às vezes, uma flor ao abandono,
pedaços do luar de fim de outono,
são coisas ao redor, que vão e vêm,
sem distinção qualquer, ou paradeiro,
enquanto, sob a luz do lampadeiro,
espero ainda aparecer alguém.
Paulo Maurício G Silva
Enviado por Paulo Maurício G Silva em 19/06/2024
Alterado em 02/11/2024
|
|