A MULHER EM FRENTE AO ESPELHO
Ela destila uma expressão vazia,
em frente à secular penteadeira,
o olhar misterioso de alma fria
oculto sob o véu de carpideira…
Um cravo ressequido se desfia,
ornando a escura borda de madeira.
Um gato preto se espreguiça, mia,
a lhe roçar nos pés, sob a cadeira.
Há muito, esconde as mechas cristalinas…
Encobre com as negras luvas finas
as manchas sobre as mãos, enquanto as puxa.
E um toque singular na tez doente,
expressa a luz furtiva, de repente...
E pisca, num sorriso, a bela Bruxa.